segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O almoço está servido.

- Por favor, o almoço está servido.
- Que novidade de tratamento é esse Ana? Desde quando a Empregada fala assim? sempre foi: - Posso botar a mesa? o que me obrigava a corrigir para:

- Posso colocar a mesa?

A resposta dela foi assustadora:
- É que a Empregada está pensando em ser promovida para Governanta.
Meu Deus!?!?!
- Quer dizer que a Empregada quer ser promovida e quer que o patrão contrate outra empregada, provavelmente que ela vai indicar e mais provavelmente alguma parenta que provavelmente não quer nada com o trabalho e sim apenas um bom emprego nepote?

A resposta não deveria surpreender:
- O que é nepote? É algo bom ou ruim para a Empregada que deseja ser promovida a Governanta?
- Nem bom nem ruim para ela, mas é péssimo para o Patrão. Significa que estaremos iniciando um processo "congressista" de nepostismo, ou seja, empregarmos parentes preguiçosos que não vão trabalhar, mas que estarão presentes para receber o salário no fim do mês.

E aí? quem é que vai fazer as tarefas da Empregada?
- Se a parenta indicada não fizer, a Empregada, como governanta, vai fazer...
- Pronto, instalou-se a politicalha aqui em casa. Nessa altura a empregada já acertou com a parenta quanto é que ela vai receber para não exigir nada da nova empregada. É a tal distribuição da verba de gabinete...

- Ana, você está vendo televisão demais e nossos políticos não são bom exemplo para nenhum cidadão sério. Na realidade eles estimulam as falcatruas. Os noticiários deveriam passar para as madrugadas com censura rígida de, no mínimo, acima dos 70 anos, quando o indivíduo já não pode fazer tanto. Esqueça tudo isso, porque nós não estamos em Brasília, isso aqui não é o congresso e nem eu sou o Lula (cruz-credo).

E assim, uma sonhada promoção foi radicalmente cortada. Depois sou acusado de destruidor de sonhos. Eu ehinnnn!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanta sutiliza, na analogia.

Quando temos um congresso corporativista, eivado de todas as ações perniciosa a sociedade, onde desde a mais tenra idade, ainda no jardim da infância, o rebento adota a lei de Gerson; uma analogia como esta pode e não deixa de estar apresentando o fato na plenitude realidade.

Na candidez, até ingenuidade expressada nas crônicas anteriores, Ana, a empregada, teria todo o direito de sonhar com um patamar mais alto no mister a que se dedica, adentrando involuntariamente na prática de nossos políticos, mesmo assim, não creio anuviará o relacionamento desse quarteto.