O título até que rima: "Carne assada & Carnaval" daria uma boa marchinha carnavalesca e seria muito divertida se nele não estivesse contido a vil intenção da empregada de tripudiar em cima da ingenuidade do patrão. A coisa começou assim...
Com toda a doçura, a Ana disse:
- O almoço está servido.
E quando a Empregada substitui o tradicional "- Já botei a mesa" por esta snob frase, fico muito preocupado. Escuto esta melodia como quem no mato escuta, nas suas costas, o encantador "chocalho" de uma cascavel. Aí tem cobra!!! Ops, aí tem coisa!!!
Na minha santa ingenuidade fiquei imaginando o que a Empregada ia querer - quando ela fala assim, ela sempre quer alguma coisa dificílima de ser concedida: aumento de salário não seria possível pois o nosso presidente "Lula não sei de nada" já havia concedido para o mês de fevereiro sem nem perguntar se eu poderia pagar; dinheiro para ela voltar de Moto-boy, também não, pois com as chuvas fortes ela não iria arriscar molhar a "chapinha" que tinha custado uma "grana preta"; dizer que teria que voltar a Rampa para buscar o saco com a rede que ela esqueceu na beira da estrada enquanto empurrava a Van, também não colaria...
Meu Deus!!! Essa mulher ainda vai me matar de indigestão com essa mania de manter, exatamente na sagrada hora do almoço, o suspense do "chocalho da cascavel". E, para agravar a expectativa, ela ainda ficou de "arrodeios" até que, de forma aterrorizante, se delatou:
- O que o patrão achou da carne assada especial que eu preparei para ele?
Pronto! Eu estava "jurado". Eu não tinha escapatória. Foi assim que aconteceu nos festejos de São Sebastião de Rampa. A dúvida era: como seria a facada? Não demorou!
Pronto! Eu estava "jurado". Eu não tinha escapatória. Foi assim que aconteceu nos festejos de São Sebastião de Rampa. A dúvida era: como seria a facada? Não demorou!
- Sabe patrão, na próxima semana é o carnaval e lá na invasão da Vila Lobão eu é que cuido dos festejos...
- Eu sabia que tinha alguma coisa. Uma carne assada especial não vai cair no meu prato à toa.
- Eu sabia que tinha alguma coisa. Uma carne assada especial não vai cair no meu prato à toa.
E, pensando rápido, vi que não tinha saída - o jeito era concordar, mas não custaria muito também acender um monte de velas e pedir pros santos para que não parasse de chover na semana do carnaval - no mínimo estragaria a "chapinha" da Empregada e, se fosse chuva forte, acabaria com a festa. Seria uma "vingança malígna".
2 comentários:
O que sera do patrão se nos dias de festejos momescos a eficiente empregada não aparecer para a labuta.
A casa ficara com ar de vazia, o Brian, não vai alterar aquele olhar borococho, mas vai sentir; a patroa terá que pilotar o fogão, e ele, o patrão, não terá ninguém pra por a culpa por alguma coisa; que entediante será! - Na quarta feira de cinzas, ela voltará com ar de ressaca, bocejando e pensando no próximo evento, mas isso ainda pode dar samba, o "samba do sofrimento por antecipação".
A empregada querendo folga normalmente implica que vai sobrar para a patroa.
Quem vai fazer o café da manhã, o almoço, o lanche, o jantar? E ainda buscar o pão, pegar o maxixe na feira, vigiar o Brian? E quem vai ser culpa por tudo de errado nestes dias de festa?
A resposta é retumbante: a patroa!!!
Assim, fica um misto de solidariedade,apoio e uma vontade enorme de ser contra o pedido da empregada e a favor do patrão.
Mas, a visão da carne assada e a lembrança de tudo que ela tem feito para ganhar esta folga também pesa.
Vamos torcer até lá para saber como vai ser esta decisão.
Nesta disputa também entra a adesão ou não do cachorrão...se ele prometer....
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